sexta-feira, 3 de maio de 2013

Quem são eles? Stalker do século XXI

O assassino de John Lennon era um grande fan
Achamos que somente celebridades são perseguidas pelos “stalkers”, indivíduos que têm comportamento dirigido a uma pessoa específica, atemorizando-a física e/ou emocionalmente. Filmes famosos já foram produzidos retratando essa realidade, como Atração Fatal, Encurralado, O guarda-costas, Mulher solteira procura …, Cabo do medo, Copycat – A Vida Imita a Morte e A morte pede carona. Celebridades e personalidades como Madonna, Jodie Foster, Selena Perez e até a Presidenta Dilma Roussef já frequentaram as páginas policiais como vítimas desses atormentadores.

As obsessões estão relacionadas à ansiedade criada em resposta a uma situação muito estressante, esmagadora e dolorosa. Uma frustração amorosa, uma família desestruturada, escola ou ambiente de trabalho nocivo ou ameaçador podem causar um excesso de ansiedade ou a pessoa pode ficar comprometida emocionalmente e tentar buscar uma saída para fugir desta realidade.


Stalkers podem ter vários perfis psicológicos e de comportamento criminal, mas a tecnologia provê a eles uma arma aterrorizante nos dias de hoje: a internet.


Louca Obsessão 


A obsessão amorosa classifica-se como uma neurose histérica do tipo dissociativa e ocorre, por natureza, em maior freqüência nas mulheres sendo que as mulheres que cresceram em um ambiente disfuncional são mais propensas a desenvolver a obsessão.
As principais características, da obsessão amorosa, entre outras são: o sentimento de posse em relação ao outro, a idealização de um relacionamento que só existe para ele e a procura inconsciente de um parceiro emocionalmente indisponível. Por ser um tipo de histeria, a pessoa tenderá a sempre assumir o papel da vítima, o que implica a necessidade de receber a dó e complacência das outras pessoas

O Brasil inteiro acompanhou a os ultimos
dias de vida de Eloá Cristina, mantida 
refém e morta em frente as cameras e 
polícias pelo seu ex namorado em fevereiro
de 2003.
Um stalker do tipo “Rejeitado”, que nasce em uma ruptura de relacionamento, em geral amoroso, segue os passos de seu/sua “ex” com muita facilidade, através das redes sociais. Busca assim retomar a relação acabada ou se vingar. O “Ressentido”, aquele que acha que sofreu alguma forma de injustiça ou humilhação por parte até de um estranho, e nesse caso se coloca como se fosse vítima de um “opressor”, físico ou jurídico, facilmente busca vingança ou revanche com informações colhidas aqui e ali. Uma simples postagem respondida pela pessoa que um stalker do tipo “Intimo” admira pode causar nele, dependendo de suas condições psíquicas, a sensação de que está vivendo um relacionamento “de verdade”, quando, na verdade, é um completo estranho. Conexão feita, e era esse seu objetivo.

Todos os cinquenta Estados dos EUA aprovaram leis penais para enfrentar o STALKING, sendo que a definição legal de perseguição varia entre as jurisdições no que se refere ao medo da vítima e sofrimento emocional, bem como a intenção do perseguidor. No Brasil, ainda não é crime específico, mas caminhamos para isso quando a Comissão de Reforma de Código Penal propõe que quem perseguir alguém reiteradamente, ameaçando sua integridade física ou psicológica ou invadindo ou perturbando sua privacidade, pode ficar preso entre dois e seis anos, no que se chamaria Perseguição Obsessiva ou Insidiosa.

Quando as estatísticas mostram que 3 entre 4 vítimas de stalking conheciam seu agressor em algum nível, será que apenas criminalizar o comportamento diminui sua incidência? Em medida do Departamento de Justiça dos EUA*, apenas 37% das vítimas do sexo masculino e 41% do sexo feminino comunicaram os assédios à polícia. Que medidas de apoio às vítimas podem ser tomadas para que elas possam denunciar sem medo e ficarem de fato protegidas? Estamos preparados em termos de equipamento e inteligência, policial e judicial, para amparar os perseguidos?

Vítimas deixam rastros cibernéticos, mas os stalkers também. A certeza da punição pode sim evitar o pior, mas é preciso muito amparo para atravessar o pesadelo!**

Você precisa me amar!

somos necessariamente seres sexuais, comandados por nossas pulsões sexuais; transferindo e liberando nossa libido, e variando inclusive nosso objeto de interesse ao longo da vida, estando ele dentro do “normal”, ou não. 

Devido às necessidades básicas de amor, assistência e aceitação que foram negados, a pessoa viaja para o mundo das obsessões para evitar a sensação de ansiedade e privação. A necessidade obsessiva cria mecanismos e estratégias para seduzir o outro, originando uma atração fatal que busca a possessão como forma de incluir o outro em sua própria vida, tentando o máximo de controle, pois a falta deste irá provoca intensa dor.
Cena do filme "In her Skin" supostamente baseado em fatos reais
O obsessivo amoroso tem uma preferência em ser amado ao invés de amar; torna-se uma pessoa altruísta, inconscientemente procura um parceiro pouco disponível e está disposto a mudá-lo através do seu amor. O obsessivo amoroso é dependente do parceiro e da dor emocional que esse amor lhe proporciona; ele enxerga um relacionamento ideal que só existe para ele. A pessoa que sofre de obsessão amorosa possui uma idéia fixa de poder e domínio sobre a outra pessoa, além de ter uma forte tendência a se fingir de vítima, necessitando assim de dó e de atenção.


Fonte:
Artigos de psicologia

*Artigo publicado exclusivamente para o site do Investigação Discovery:

http://id.discoverybrasil.uol.com.br/ilana-casoy-stalker-no-seculo-xxi/ Seria Killer - Ilana Casoy Criminologa

Acho o filme "In Her Skin" foda! Vou deixar o trailer para quem estiver curioso